
Maysa Ibarra
Estudo
Estudo
Rasgo o verbo nas
palavras ocultas
do pensamento.
Descreve toda cena
diante do olhar alheio,
aos movimentos retilíneos uniformes.
O letramento é o sinônimo que existe
entre a prata e o ouro.
E ficará reservado no
espaço destinado as emoções.
A escrita é sequência do DNA
primitivo na primícia humana.
O verbo o sujeito a escolha
perfeita do predicativo.
A soma é transitória, o cosseno
invade as laterais algoritmia das palavras
jamais dita.
O caderno é quadriculado, pautado,
brochura ou espiral.
O quadro negro não tão negro.
Um jaleco branco, um fichário, uma caneta
o lápis exposto à mesa.
O verbo é o sinônimo da vida.
Vida em abundância.
MIF- 11/03/22
SENTIDO ALHEIO
SENTIDO ALHEIO
No rubor da face,
o desconcerto das atitudes
que são transparentes
como o olhar perdido no horizonte.
Nada é transcrito num caderno de memorias,
fica apenas na imaginação.
Não será lembrança de um
passado alheio.
A vergonha do nu é exposta
na alma errante,
que cambaleia pelas alamedas
de um coração fértil de emoções
contraditórias.
A noite acalanta o corpo,
a solidão é companheira.
Tudo se transforma,
tudo é o nada
que colhemos
no momento único
de um encontro,
onde o eu é o nos.
MIF 17/12/2021
Felicidade foi...
Felicidade foi...
Há quem diga que a felicidade existe
e há quem não acredita.
Mas do que vale buscar ser feliz
numa constante caminhada?
Que se perde no horizonte.
O meu coração busca o amor
e cada qual no encontro
não vejo sinal de paixão.
Dessa que arrebenta a emoção
na parede,
faz tremer o corpo
faz suar os olhos.
Que tolice! Olhos lacrimejam.
Mas há aqueles que tem febre
deliram no calor apaixonado
das sensações.
Qual o que? Se tenho medo de entregar.
Vago na caminhada de buscar a felicidade
Onde ela jamais estará.
MIF 10/12/2021
Momento Único
Momento único
Está ausência de sono
está dificultando meu dormir.
Está conjuntura de incertezas
me leva aos extremos nos
pensamentos.
Quem dera me prevenir de sua
própria chegada.
mas o que esperar?
Alguma coisa, um tanto um pouco ou alguém?
Não sei!
A vida não é um lapso
O amor não é uma negativa
Não é uma recusa
Às vezes, muitas vezes
tende a ser uma renúncia.
Um desapego
Um final
ou simplesmente
Um novo
começo.
Quando o sono chega
e eu adormeço.
MIF/11/11/2021
Desconhecido
Desconhecido
Como você é?
Sei que falo, desabafo
mas não sei quem é.
Sei que em algum lugar está
Mas onde?
Não sei o que quer
nem sei o que quero.
Mas algo me faz buscar o desconhecido.
Algo me leva a dar passos.
Sem me importar.
Quero falar,
quero conhecer
Tenho medo
tenho receio
mas tenho vontade
de buscar o desconhecido
me deixar levar pela aventura
e quem sabe
Me conhecer.
MIF- 17/08/2009
Só queria
Só queria
Queria escrever para você
de maneira única.
poderia te descrever com magia com ternura.
Mas nada consigo escrever
nada sai do pensamento
nada te descreve.
nenhuma coisa te revela
Meu coração acelera quando tua imagem
se faz presente em minha memória.
E por entre as lembranças a dor
são uma constante.
Queria realmente escrever para você.
Queria escrever por você.
Mas estou perdida
mas estou sem rumo
e o que poderia ser simples
e eterno
é só um momento para tentar te esquecer
ou não deixar você me esquecer.
(27/08/09)- MIF
Declamando poesia
Declamando poesia
Mar, grande rio a me encantar
Sol, a me bronzear
Lua, sempre no mesmo lugar
E tudo é poesia
Escrita no passado
Declamada no presente
E hoje o que é poesia?
É sorriso é alegria
É sorte além da morte
Poesia pura e simples poesia
Sem registro na história
Sem fórmulas de escrita
Fala-se em amor, ternura
Tem-se paixão, tesão
Tudo é poesia
Tudo é poesia
É sentimento, é encanto
É dor ou desamor
Mais ainda é poesia
Na imagem
Na imaginação
Não importa se há papel ou não
Existe poesia
No ar que eu respiro.
Mif /17/01/94