Desilusão
Quando olho no espelho, não mais lhe reconheço,
Havia imagem do seu ser, que me fazia ser,
Sublime amor, que dura enquanto vive,
E a dor que agora é dura, só faz sofrer...
A frágil tez que revela o meu anseio,
Ascende o abismo que hoje rasga a minha alma,
Vejo luz nesse escuro, mas não sei de onde veio,
Esperança perdida, só procura e me acalma,
Sentimento mente, se arrepende e se disfarça,
Em prantos sorri altivo, sempre a duvidar,
E `a relva da solidão que hoje se entrelaça,
Suplico! empreste-me um chão para pisar...
Navegando em mar aberto de infortúnio,
Busco um rumo, coração incerto e velejante,
Mas à deriva não alcanço nenhum porto,
E sigo a vida, angustiado viajante...
Isma 08/06/20