SENTIDO ALHEIO
No rubor da face,
o desconcerto das atitudes
que são transparentes
como o olhar perdido no horizonte.
Nada é transcrito num caderno de memorias,
fica apenas na imaginação.
Não será lembrança de um
passado alheio.
A vergonha do nu é exposta
na alma errante,
que cambaleia pelas alamedas
de um coração fértil de emoções
contraditórias.
A noite acalanta o corpo,
a solidão é companheira.
Tudo se transforma,
tudo é o nada
que colhemos
no momento único
de um encontro,
onde o eu é o nos.
MIF 17/12/2021