Vejo pedras pelo caminho,
Nuvens cinzas, dissabores,
Eram rosas, são espinhos,
E eu não falei das flores.
Vejo olhares sem destino,
Uma tempestade de horrores,
Não tem água, não tem vinho,
E eu nem falei das flores.
No passado eu vi o futuro,
Ninguém fala dos amores,
Só tristeza e agonia,
E eu não falei das flores.
Tempestade e desatino,
Escuridão nos corredores,
Não há pássaros no ninho,
Deixe-me falar das flores.
Tão suaves e perfumadas,
Tantos tipos, tantas cores,
Hoje, não peça-me nada,
Nem que a morte nos separe,
Tenho que falar das flores.
Isma 01/12/20